17) Constelações Folclóricas

  

Destalhe de uma Ilustração de Carlos Rana 


Se você quer realmente se conhecer, é preciso não só conhecer sua história pessoal, dos seus ancestrais e da sua cultura. É preciso também acessar suas raízes no inconsciente coletivo do seu povo, por meio do folclore. 

Por isso, eu acredito em Boitatá, Curupira, Saci, Cuca e todas estas lendas que falam do meu país e dos meus povos. Porque assim eu me descubro também. 

Os Ameríndios, por exemplo, povos originários brasileiros, já sabiam que quando desequilibramos os ciclos da caça na floresta (natureza), os efeitos cairão sobre a gente, como os pés do Curupira que apontam para trás.

Simbolicamente falando dos passos passados que nos levaram ao problema bem a nossa frente.  

A Cuca é um dragão esfomeado, como a cara da mãe terrível, ou o lado fúria da natureza. Na Índia ela se chama Kali.  

Até aqui sabemos que a nossa relação com a natureza é fundamental para entendermos quem somos. Por isso a Amazônia e a diversidade cultural do nosso país é tão importante para nosso povo. 

Já o Saci é um trickster, ou o tropeço que damos em nossos próprios enganos. Aquilo que a gente, como povo, ou individualmente, ainda não aprendeu. 

Este arquétipo ensina a gente a lidar e driblar os abusos dos povos e formas de pensar que querem nos dominar. 

Tem o Boitatá, aquela cobra reluzente, cheia do fogo-fátuo dos corpos em decomposição. Como os eventos que, embora difíceis, nos impedem de sofrer algo mais grave.

E tem a Mula sem Cabeça e o Negrinho do Pastoreio nos lembrando da história de outras mães e pais nossos, que são do povo Ibérico e Africano, e de como um tratou o outro respectivamente, reverberando até hoje nos desafios sociais do nosso país. 

Há outras lendas inesquecíveis que são comemoradas hoje, dia 22 de agosto, o dia do Folclore. O dia do “conhecimento popular”, que é o significado do seu nome, etimologicamente originado da palavra folk (povo) lore (conhecimento). 

O dia das nossas manifestações culturais, que trazem o inconsciente coletivo para o dia a dia, como o maracatu, bumba meu boi, mamulengo, orquestra do cavalo-marinho, o tambor de crioula, entre tantas outras. 

Estes festejos têm um poder especial de invocação das nossas raízes no inconsciente coletivo brasileiro. Porque o Folclore, frequentemente associado a fábulas, lendas ou sagas difundidos pela tradição oral, revela a sabedoria que os nossos ancestrais deixaram para nós, como uma vela acesa na escuridão do esquecimento. 

Qual o seu folclore preferido? O que ele ensina para você? 

Feliz dia do nosso folclore, as nossas histórias mais potentes!  

Mônica Clemente (Manika)

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