47) Simbologia Carnavalesca
Simbologia Carnavalesca
Mônica Clemente (Manika)
@constelacao_mitologica
@manika_constelandocomafonte
Os festejos
carnavalescos nos colocam na pele um do outro, como aqueles ritos de passagem
de uma vida para outra.
A
moça trabalhadora é a rainha da bateria. O homem grandão veste sainha de
mocinha. E a menina rica é um dos garis desfilando na avenida.
Fronteiras
são rompidas mostrando o teatro das vidas ao som da bateria. Um portal do
tempo, feito por xamãs e feiticeiros, fantasiado de instrumento musical.
A
festa da carne também tem uma função psicológica. A de nos confrontar com a
finitude da carne e sua potência regenerativa.
As
procissões das escolas de Samba que o digam! Por quatro dias florescem seus
enredos de heróis e heroínas, do dia a dia virando mitologias para tudo acabar
em cinzas.
Ahhh,
ciclos da vida… por que nos apegamos ao que não fica?
Fora
as homenagens aos excluídos, representados nos blocos e músicas, que precisam
ser cumpridas nas ações mais simples de todo o dia.
Então,
nestes dias de folia coletiva, se coloca o bloco na rua dos monstros, gigantes,
ancestrais e deuses para ressaltar, com o contraste, o nosso singelo parentesco
de sangue com todos os que um dia estiveram aqui fazendo sua jornada mítica e
humana.
Com
todos os que estão ao nosso lado, ou até em nós mesmos, como reis e rainhas e a
gente não vê, não dá um lugar e não escuta.
E
com aqueles que um dia virão botar para ferver, quando não estivermos mais aqui
com as nossas fantasias.
Viva
a folia!
——-
Na
foto a Rainha de bateria da Mangueira, Evelyn Bastos (maravilhosa), reverencia
sua ancestralidade com fantasia em homenagem Iansã.
Mônica Clemente (Manika)
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